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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Europeus descobrem o quasar mais antigo do Universo

Astrônomos europeus descobriram o quasar mais antigo visto até o momento a partir das observações realizadas com telescópios --entre eles, o de longo alcance do ESO (sigla em inglês de Observatório Austral Europeu), no Chile.
Segundo os resultados do estudo, trata-se do objeto mais luminoso encontrado até agora no Universo primordial --a fase correspondente à "infância do Cosmos"--, que é alimentado por um buraco negro com 2 bilhões de vezes a massa do Sol.
"Este quasar é uma evidência vital do Universo primordial. É um objeto muito raro que vai nos ajudar a entender como cresceram os buracos negros supermassivos em poucas centenas de milhões de anos depois do Big Bang", disse Stephen Warren, líder da equipe de astrônomos.
A luz do quasar, chamado ULAS J1120+0641, demorou 12,9 bilhões de anos para chegar aos telescópios da Terra. Por esta razão, é visto como era quando o Universo tinha apenas 770 milhões de anos.
M. Kornmesser/Divulgação ESO
Ilustração do quasar que possui, estimam cientistas, buraco negro com 2 bilhões de vezes a massa do Sol
Ilustração do quasar que possui, estimam cientistas, buraco negro com 2 bilhões de vezes a massa do Sol

Anteriormente já se tinha confirmado a existência de objetos ainda mais distantes, mas o quasar recém-descoberto é centenas de vezes mais brilhante que os anteriores.

"Demoramos cinco anos para encontrar este objeto", afirmou Bram Venemans, um dos autores do estudo, em referência ao achado.
"Encontrar este objeto envolveu uma busca minuciosa, mas o esforço valeu a pena para poder desvendar alguns dos mistérios do Universo primitivo", acrescentou.
O brilho dos quasares, dos quais se acredita que sejam de galáxias distantes muito luminosas alimentadas por um buraco negro supermassivo em seu centro, podem ajudar a desvendar a época em que foram formadas as primeiras estrelas e galáxias.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Curso de Astronomia UFMS

            No período de 04 a 08 de julho, será realizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,  o Curso de Extensão Universitária em Astronomia Básica, voltado à contínua formação de professores, aos alunos da UFMS e ao público em geral interessado no tema, abordará aspectos básicos de Astronomia Fundamental.
 O curso será ministrado pelo Prof. Dr. Roberto Boczko do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da USP, 506 da unidade 7. O horário das aulas será das 07h00 às 11h00 e das 13h00 às 17h00.
A carga horária de curso será de 8 horas diárias, totalizando 40 horas, mais 10 horas adicionais para atividades de observação do céu por telescópios. Os participantes só receberão certificados se frequentarem no mínimo 75% do curso. As inscrições estão abertas e há 70 vagas.
 Para maiores informações, envie um e-mail para astronomiaufms@gmail.com
      
          

                      

                                         

                   

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tem água na lua

Análise de amostra do magma da Lua mostrou mesmo teor de substâncias que a Terra e água suficiente para encher o mar do Caribe

Maria Fernanda Ziegler, iG São Paulo | 26/05/2011 15:00


Foto: Nasa/ cortesia de Fernando Echeverria
Estudo revelou que interior da Lua é muito parecido com o da Terra, tornando antigas teorias mais obscuras
A Lua não é seca. Na verdade, partes do interior do satélite contêm mais água que regiões inteiras do manto da Terra. São 3,5 bilhões de bilhões de litros, água suficiente para encher o mar do Caribe, uma quantidade 100 vezes maior que o imaginado, de acordo com estudo que analisou amostras de magma contido dentro de pequenos cristais, trazidos da missão Apollo 17, há quase 40 anos.

A descoberta põe em questão a teoria mais aceita para a formação da Lua. Nela, um impacto gigante de um corpo celeste do tamanho de Marte teria colidido com a Terra e os detritos fundidos deste impacto formaram a Lua. No entanto, o grande impacto teria que ter gerado altas temperaturas, o que conflita com a nova descoberta de água no interior lunar.

“Nossos dados não excluem completamente a teoria do impacto. Só que ele não permite o alto teor de água lunar que descobrimos, já que a Lua seria o resultado da fusão quase total do material que entrou em órbita após o impacto. Porém, no vácuo do espaço, este material ficaria completamente desidratado”, explicou ao iG Erick Hauri, geoquímico do Carnegie Instituto e um dos autores do estudo publicado hoje (26) no periódico científico Science.

O mais surpreendente do estudo é que há mais semelhança entre a Lua e a Terra do que o esperado. Os resultados da análise mostram que a Lua é o único objeto em nosso Sistema Solar com teor de substâncias voláteis em seu interior tão semelhante ao manto superior da Terra.

Foto: Thomas Weinreinch/ Brown University Fotografia optica da amostra do magma contido em pequenos cristais
As pequenas amostras – a maior amostra de magma lunar mede 30 micrometros, menos que o diâmetro de um fio de cabelo - vieram de uma área da Lua, que tinha composição similar ao manto superior da Terra. Isto quer dizer que o nível da água no magma da Lua é semelhante ao encontrado no magma da Terra, mais especificamente nos vulcões das grandes cadeias de montanhas submersas no oceano, que se originam do afastamento das placas tectônicas - os vulcões mais produtivos da Terra.

“A água desempenha um papel importante no comportamento tectônico de superfícies planetárias, o ponto de fusão de interiores planetários, bem como a localização e estilo de erupção de vulcões do planeta”, disse Hauri.

Pólo sul lunar
O novo estudo dá ainda uma nova guinada sobre a origem do gelo detectado em crateras nos pólos lunares. No ano passado, a missão LCROSS encontrou gelo em crateras no pólo sul lunar. O estudo afirmava que a água teria vindo de fora da Lua, a partir de um cometa. No entanto, com a descoberta de que há muita água no interior da Lua, o gelo poderia vir do magma.

“Durante os eventos vulcânicos, há uma quantidade significativa de gás removido, por exemplo, a nova erupção na Islândia, a nuvem de gás veio de remoção de gás do interior da Terra. Portanto, ocorre transferência significativa do interior para a superfície, e o gás é condensado devido à baixa temperatura na superfície, se transformando em gelo”, disse ao iG Alberto Saal do departamento de Ciências Geológicas da Universidade de Brown e que também participou do estudo.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Astrônomo amador faz panorama completo do céu noturno

Foto: AP
Foram necessárias 37.440 fotografias para este panorama completo do céu à noite
Nick Risinger sempre gostou de olhar o céu. Mas no ano passado o astrônomo e fotógrafo amador largou seu emprego como diretor de marketing em Seattle e posicionou seis câmeras sincronizadas em 100 mil quilômetros quadrados para capturar o céu noturno por inteiro.
Risinger, de 28 anos, colocou suas câmeras em locais elevados no oeste do Estados Unidos e na África do Sul, em épocas de lua nova, quando as noites são longas e escuras. Ele programou as seis câmeras para rastrearem as estrelas enquantos estas se moviam pelo céu, e simultaneamente fizeram milhares de cliques.
Depois, ele juntou as 37 440 fotografias com um software para criar um levantamento panorâmico completo do céu, que ele postou em seu site skysurvey.org duas semanas atrás. A foto revela uma visão 360 graus da Via Láctea, planetas e estrelas em suas cores verdadeiras. Os usuários podem dar zoom em porções de imagem de 5000 megapixels para achar a constelação de Órion ou da galáxia Grande Nuvem de Magalhães.
"Eu quis dividir o que achei ser possível," disse Risinger, fotógrafo de primeira viagem. "Nós não vemos o céu assim. Numa noite boa em Seattle, dá para ver 20 ou 30 estrelas. Assim [na foto], você pode ver 20 ou 30 milhões. Tudo está ampliado".
Outros levantamento celestes deste tipo já foram feitos, como o Digitized Sky Survey e o Google Sky. Muitos servem a propósitos científicos e foram fotografados em vermelho ou azul para medir a temperatura das estrelas, de acordo com Risinger. Em seu experimento, ele acrescentou a cor verde, para dar mais profundidade e riqueza de detalhes.

De acordo com Andrew Fraknoi, educador sênior da Sociedade Astronômica do Pacífico, a imagem é linda, embora não tenha utilidade científica. “É uma imagem mais artística e educacional. Astrônomos profissionais estão fazendo levantamentos muito mais profundos de regiões celestes menores, usando grandes telescópios. Mas é bom de vez em quando ter um registro fotográfico tão belo do céu inteiro”.
Risinger acrescentou que a intenção não era ganhar dinheiro: “Ela tem propósitos educacionais. Quero desenvolver uma ferramenta para a sala de aula.”


 
Nick Risinger se preparando para fotografar no Colorado: câmeras especiais e muita estrada

Preparação minuciosa
Para capturar o céu completo em um ano, foi necessário planejar quais imagens eram necessárias para fotografar tanto o céu no Hemisfério norte quanto no sul. O americano dividiu o céu em 624 partes exatas e colocou essas coordenadas em um computador.

“Deu um trabalho imenso,” explicou, em seu apartamento em Seattle. “Não é um projeto que se possa fazer de improviso. Você tem que planejar como vai conseguir todo o céu. E você faz isso o dividindo em pedaços e sabendo o horário que você precisa coletar esses pedaços, porque à medida em que a Terra dá ao volta ao redor do Sol, coisas entram e saem de vista.”

Em março de 2010, Risinger e seu irmão mais velho Erik viajaram para o deserto perto de Topanah, Nevada, e tiraram as primeiras fotos do que se tornaria seu Photopic Sky Survey.
Quando percebeu que o trabalho era monumental, pediu demissão de seu trabalho no departamento de marketing de uma fabricante de balcões para se dedicar ao projeto. Também convenceu seu pai, já aposentado, a se juntar aos filhos.
Nos Estados Unidos, ele e o pai dirigiam o dia todo para fotografar a noite toda. Eles procuram as oportunidades ideais para conseguir o céu o mais limpo possível.

Suas viagens o levaram a lugares com baixa poluição visual e boas altitudes – onde há menos vapor d’água – como as montanhas Chiricahua, no Arizona, Fort Davis, no Texas, e Floresta Nacional Lassen, na Califórnia. Ele se viu caçando estrelas em temperaturas congelantes em Telluride, Colorado e na África do Sul, onde, acostumado com o céu do norte, não conseguia reconhecer nenhuma das constelações.
A cada noite, Risinger montava seis câmeras --- equipamentos de astrofotografia monocromática com diferentes filtros – para fotografar exatamente o mesmo ponto e alimentar continuamente seu laptop com imagens. Ele monitorava as imagens em tempo real e comia sementes de girassol, enquanto seu pai dormia.
De volta a Seattle, Risinger começou a montar a imagem panorâmica em janeiro. Usou um software para escanear cada frame, reconhecer o padrão em um banco de dado de estrelas e combiná-los com outras cores e frames. O resultado foi projetado numa esfera.
“Fazer um atlas deste tipo era algo apenas para astrônomos profissionais no passado,” comentou Franknoi. “Com as novas ferramentas da tecnologia, é incrível o que astrônomos amadores podem fazer”.
Risinger terminou o projeto há algumas semanas, e vem conseguindo milhares de hits no seu site. “Era muito difícil descrever o que estava fazendo para quem não conhece astronomia. Mas quando eles vêem, entendem na hora”.

Nebulosa do Caranguejo emitiu 30 vezes mais raios gama que o comum. Motivo da erupção ainda é um mistério para cientistas

Foto: AP
Nebulosa do Caranguejo emitiu raios ainda mais fortes que o normal
A estrutura espacial chamada Nebulosa do Caranguejo impressionou os astrônomos ao emitir uma quantidade inédita de raios gama, uma forma de energia extremamente luminosa.
A Nebulosa do Caranguejo consiste em detritos de uma estrela supernova que foi destruída em uma explosão.

O que motivou a erupção sem precedentes de raios gama, ocorrida em meados de abril, é um grande mistério para os cientistas.
Aparentemente, ela vem de uma pequena área da nebulosa, há tempos considerada uma fonte constante de luz. A novidade é que o telescópio Fermi, que observa a nebulosa, detectou uma atividade luminosa ainda mais intensa na estrutura.
A emissão de raios gama durou cerca de seis dias, alcançando níveis 30 vezes maiores que o normal e, em alguns momentos, com variações a cada hora.

Foto: NASA Ampliar
Imagens mostram a diferença de energia gerada. Na direita, o número de raios gama foi superiores a 100 milhões de elétron-volts
Telescópio
O fenômeno foi descrito em um simpósio de especialistas que acontece até esta quinta-feira (12) em Roma.

Há fontes de luz em abundância no céu, mas o telescópio Fermi é programado para medir apenas a mais energética delas: os raios gama.
Eles emanam dos ambientes mais extremos do Universo e são decorrentes dos processos mais violentos, como a explosão de uma supernova.
A Nebulosa do Caranguejo é composta principalmente de detritos de uma supernova destruída no ano 1054.

No coração da nuvem colorida e brilhante de gás é possível observar um pulsar – uma estrela que emite ondas de rádio em impulsos repetidos regularmente. Mas, até o momento, nenhum dos componentes já conhecidos da nebulosa é capaz de explicar a luminosidade observada pelo Fermi, diz Roger Blandford, diretor de um instituto de astrofísica e cosmologia nos EUA.
“Tem de haver outra fonte para esses raios gama altamente energéticos”, ele disse à BBC News. “São necessários cerca de seis anos para a luz cruzar a nebulosa, então essas erupções, (ocorridas) em horas, têm de ser produzidas em uma região bem compacta em comparação com o tamanho da nebulosa.”
Desde seu lançamento, há quase três anos, o Fermi já identificou três dessas erupções. As duas primeiras foram relatadas no início deste ano na reunião da Sociedade Astronômica Americana.
Essas erupções liberam raios gama com energia de mais de 100 milhões de elétron-volts – ou seja, cada pacote de luz, ou fóton, carrega dezenas de milhões de vezes mais de energia do que a luz que vemos.
Mas a erupção mais recente da Nebulosa do Caranguejo é mais de cinco vezes mais intensa do que qualquer outra emanação de luz já observada.
‘Quebra-cabeças’
O entendimento do fenômeno deve levar algum tempo, opina o pesquisador Rolf Buehler. “É incomum que algo coloque toda a sua energia em raios gama”, disse. “Estamos diante de um grande quebra-cabeças e provavelmente precisaremos de alguns anos para entendê-lo.”
A principal suspeita até agora é de que, em uma região próxima ao pulsar, intensos campos magnéticos vão em direções opostas, reorganizando-se repentinamente e acelerando partículas a uma velocidade próxima à da luz.
À medida que eles se movem em caminhos curvados, as partículas emitiriam os raios gama observados no Fermi.

A cientista Julie McEnery, participante do projeto do Fermi, diz que a descoberta é uma demonstração do poder do telescópio para elucidar a física do cosmos.
“Com o Fermi, temos a oportunidade de captar (o fenômeno) nesse estado extraordinário de luminosidade. É a vantagem de ter um instrumento que olha todo o céu todo o tempo – você capta o inesperado.”
O telescópio, parceria da Nasa (agência espacial americana) com alguns países europeus e asiáticos, foi lançado em 2008. Seu nome é uma homenagem a Enrico Fermi, físico ítalo-americano que trabalhou no desenvolvimento do primeiro reator nuclear e que recebeu o Nobel de Física em 1938 por sua pesquisa sobre a radiatividade.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Nasa divulga imagens inéditas do Sol em alta definição

A agência espacial americana Nasa divulgou novas imagens do sol capturadas pelo seu satélite chamado Observador Dinâmico Solar (SDO, em inglês).
A Nasa está trabalhando em conjunto com a universidade central de Lancashire (UCLan), na Grã-Bretanha, para monitorar detalhes inéditos sobre o campo magnético do astro e a coroa solar.
As imagens têm qualidade dez vezes superior ao de uma televisão em alta-definição.
A UCLan é um dos centros europeus que estuda dados coletados pelo SDO. Na Grã-Bretanha, é o único instituto que fornece fotos com estudos sobre o Sol.



O telescópio do satélite faz 80 imagens do Sol a cada minuto, gerando o equivalente a 1,5 terabites de dados por dia, o equivalente a meio milhão de músicas baixadas no iTunes.
Além do interesse científico, as imagens também serão usadas como inspiração para uma obra do artista digital Chris Meigh-Andrews, que é professor da mesma universidade.
As imagens captadas estão sendo projetadas em um telão em uma das ruas da cidade britânica de Preston até o final desta semana.